Ouço um grito de socorro; rouco, quase inaudível.
Olho para um lado, olho para o outro, e não vejo ninguém. Ecoando o grito, ouço sons de mãos batendo em grades e soluços tão doloridos que é possível senti-los. De repente, o cenário já não é mais o mesmo. O céu se transforma num vídeo onde imagens diversas se alternam. Ouço uma canção de fundo, e vejo cenas de confiança, cumplicidade, felicidade, tristeza, sorriso e lágrimas se alternando. A medida que as imagens passam, o grito vai ficando mais perto e claro e eu começo entender que ele não vem de fora. Quando o filme enfim se encerra com aquela sombra ajoelhada, olhando para o céu com as mãos erguidas, num grito silencioso de socorro, me ajoelho também e entendo que em todo tempo, o grito partiu daqui, de mim.
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